Estilos de kung fu
Com o passar dos anos o kung fu propriamente dito foi se dividindo em vários estilos. Isso se deu principalmente em função de cada povo inserir novos movimentos e aprimorar outros já existentes – tudo é claro, baseado nas condições geográficas e culturais do local além das características físicas dos praticantes.
A grande maioria dos estilos imita o movimento dos animais. Há, porém, alguns estilos que são mais inspirados em lutas e mitologias chinesas.
Os estilos dividem-se em dois grandes grupos – os estilos do Norte e os estilos do Sul. A linha divisória entre o Norte e o Sul dentro das artes marciais chinesesas é o Rio Azul (rio Yangtze). Os estilos do sul enfatizam os chutes e suas posturas são mais duras com golpes diretos e fortes
Conheça alguns dos principais estilos de kung fu:
GARRA DE ÁGUIA
Este estilo é inspirado nos movimentos da Águia em ataques contra suas presas. Assim como o estilo do Tigre, possui um longo treinamento para o fortalecimento dos dedos, só que com ênfase no polegar, indicador, médio e anelar, que adiantam-se curvados, formando o que aparenta ser a garra de uma águia. Em suas técnicas o estilo da aguia é especialista em torções, que na maioria das vezes antecedem um quebramento.
HISTÓRIA DO ESTILO GARRA DE ÁGUIA
A História do Garra de Águia começa com um garoto, órfão de pai, criado pela mãe viúva, Seu nome era O Fei.Quando pequeno, O’Fei tinha um padrinho e professor chamado Chow, com o qual estudava caligrafia, literatura, matemática; Enfim, estudos em geral. Este professor foi aluno dos monges do Templo Shao Lin e além de outras coisas aprendeu diversas técnicas de Kung Fu, dentre elas os movimentos de Águia.
Naquela época não existiam escolas primárias. As crianças aprendiam as coisas básicas com os pais. Depois era contratado um professor particular, que lhes ensinaria todas as matérias. O’Fei começou os estudos com a mãe e os terminou com Chow, que o ensinou também os movimentos de Águia que havia aprendido com os monges Shao Lin. Em outras palavras, o estilo Garra de Águia tem origem no Templo Shao Lin, e foi aperfeiçoado por O’Fei, a quem chamamos de Fundador do Estilo Garra de Águia.
DRAGÃO
O Dragão é um animal mistico com poderes incríveis sobre o céu e a terra. É conhecido por suas formas de ataques e defesas fechadas e pegadas muito perigosas e destrutivas, como ataques ao joelho, tornozelo, juntas e cotovelo. Os movimentos são longos, contínuos e coerentes.
HISTÓRIA DO ESTILO DO DRAGÃO
A origem deste estilo enigmático é freqüentemente questionado, muitos estudiosos dizem que o estilo teve origem nos anos 1750 - 1800 e foi desenvolvido pelo monge Budista tailandês - Yuk.
Durante um festival chamado Yue Shen, para qual vinha lutadores de Kung Fu de toda a China, Yuk conheceu Lan Yiu Kwai que fazia demonstrações neste festival. Yuk lhe diisse que o seu Kung Fu era bonito mas não tinha uso pratico. A Monja Lan ao ouvir isso ordenou que 11 estudantes o atacassem, mas os mesmos não foram capazes nem de tocar Yuk.
Impressionada ela própria o ataca e ordenou também que seus estudantes atacassem novamente. Mas desta vez Yuk derruba todos os estudantes menos Lan. Diante desta pura demonstração de Kung Fu a monja Lan cai ao pé de Yuk e pede que a aceite como discípulo.
Yuk aceitou e começou a ensinar a Monja que se tornou um dos "5 tigres de Cantão" e Yuk ficou conhecido como um Mestre de Dragão. Este estilo é conhecido por defesas e ataques fechados e "Mok Kiu" (entrelaçar os braços). Possui cinco formas que mostram o poder do Dragão, que são conhecidas como: NGAN (olhos), SUN, (mente), SAU ( palma), YIU (cintura), MA (posição de cavalo).
O praticante precisa dominar estas cinco formas que correpondem externamente a Oração, Ar, Fogo, Água e Terra e internamente ínicio, espirito, respiração(Chi), fluência e estabilidade interior.
Quando o praticante domina estas cinco formas associadas externa e internamente ele está apto a perceber o poder do Dragão. TREINAMENTO
O Fei Hok Phai, o Estilo da Garça Voando, é caracterizado na linha Shaolin do Sul pelos movimentos da Garça, que são ágeis, harmoniosos e perigosos. Nesse estilo também são realizados movimentos do dragão, serpente, tigre , elefante, leão, macaco, leopardo e raposa
HISTORIA DO ESTILO DA GARÇA
Para chegar a origem do estilo Fei Hok Phai temos que retornar ao século XVII em meados do ano 1650, com a invasão Manchu já concretizada e a dinastia Ming expurgada e a dinastia Ching instalada. A cultura e a religião chinesas foram mantidas nos mosteiros, principalmente o mosteiro Shaolin na província de Honan, que se transformou também em foco de rebelde que lutavam pela restauração da dinastia Ming.
Graças a um informante, o imperador Manchu K’ang-hsi descobriu essa conspiração e mandou um exército destruir o templo shaolin deste morticínio escaparam cinco monges que foram responsáveis pela restauração do templo shaolin e das suas técnicas. Destes monges dois são de grande importância para nós: Fong Si Yui e Hung Hei Kun. Foi por intermédio destes monges que surgiram os estilos da garça e do tigre: Hok Phai e Hung Gar.
Alguns anos depois, em Kwantung (Cantão), encontramos Hung Kei Kun (herói docantão). Ele foi um dos maiores lutadores que a china conheceu.
LOUVA A DEUS
O inseto cuja aparência é de maior devoto do mundo, tem que ser o Louva-a-Deus. Com as patas dianteiras costumeiramente posicionadas de forma a sugerir as mãos juntas de um devoto, ele se tornou o inseto mais referido em todas as artes marciais. Esse inseto se tornou tão venerado, não por causa da sua aparente aura de religiosidade, mas por causa de sua reconhecida ferocidade, combatividade e tenacidade de vida.Há trezentos e cinqüenta anos um mestre de luta, Wang Lang, exaltava a pequena mas ativa criatura, criando o estilo Louva-a-Deus de auto defesa.
SOBRE O ESTILO LOUVA A DEUS
Wang um notável guerreio que tinha habilidades com espada foi ao Templo Shaolin e publicou um desafio aos monges para testar suas habilidades contra ele em duelo amigável. Devido á sua insistência, o monge mestre permitiu a Wang que um monge novato foi enviado para lutar contra ele.
Para a surpresa e vexame de Wang, ele foi decisivamente derrotado por um noviço. Se isolando nas montanhas Wang estava determinado a provar suas habilidades aos monges.
Ele treinou diligentemente seu estilo "Caminho da Espada" (Tsien Tao) enquanto constantemente se exercitava e fortalecia seu corpo. Ele voltou ao monastério convencido que estava pronto a mostrar aos monges sua superioridade. Os monges aceitaram mais uma vez o convite para testar suas habilidades.
Novamente ele enfrentou o monge mais novo. Com um sentimento de entusiasmo ele venceu o jovem monge principiante. Derrotou ainda outro monge, de baixa graduação, e outro de categoria mais elevada. Wang estava começando a sentir confiança em sua invencibilidade, até que enfrentou o monge mestre. Com a ordem Shaolin observando, Wang não foi capaz de tocar o mestre. Novamente, para tratar de seu corpo e do seu orgulho ferido, Wang desapareceu na floresta para contemplação. Um dia, enquanto descansava debaixo de uma árvore, Wang ouviu a longa nota aguda de uma cigarra em um galho baixo no arbusto acima dele. Olhando para o alto, Wang reparou em um frágil e com aparência quase quebradiça Louva-a-Deus engajado em uma luta de vida ou morte com a grande cigarra.
A cigarra estava fazendo o máximo. Sua cabeça contra o Louva-a-Deus quase o imobilizava com sua tenacidade. Foi quando o Louva-a-Deus reagiu com ferocidade usando sua forte virada de patas e mordendo a boca para agarrar a robusta cigarra e desfaze-la da posição em que estava.
O carnívoro Louva-a-Deus consumiu a sua vítima. Altamente impressionado com o que vira Wang decidiu capturar o inseto vitorioso e então observar os seus movimentos defensivos e ofensivos. Usando um graveto de pequeno comprimento ele cutucava e provocava o Louva-a-Deus em todas as direções. Invariavelmente o Louva-a-Deus, com sua cabeça capaz de virar para qualquer direção, se defendia quando provocado de frente ou de costas. O perseverante inseto tornou-se a inspiração de Wang para o seu novo sistema de combate.
Com cuidado meticuloso, ele ordenava os movimentos defensivos e ofensivos do inseto em umaarte de luta humana. Ele a dividiu em três principais categorias: Peng Pu, método importante de bater ou tirar o antagonista de seu balanço; Lan T’seh, usado para restringir ou reduzir a força do oponente; e Pa Tsou, a defesa "oito cotovelos".
Depois de sua preparação pessoal, ele finalmente acreditou que estava pronto para testar seu novo estilo de luta contra o mestre dos monges. Armado com seus movimentos inspirados no Louva-a-Deus, Wang extraordinariamente derrotou o mestre dos monges com suas táticas de inseto selvagem nunca antes usadas por um homem.
Os monges aceitaram respeitosamente a sua derrota, mesmo com surpresa, e procuraram aprender o novo e estranho sistema. A palavra de sua vitória se espalhou pelas províncias. Wang Lang era o novo herói das artes marciais. Sendo logo rodeado por discípulos. O sonho das artes marciais de Wang Lang foi finalmente realizado. Sua escola de auto defesa do Louva-a-Deus se tornou extremamente proeminente no Nordeste da China, considerada por alguns como sendo a maior durante seu tempo de vida.
O venerável Wang morreu anos mais tarde, feliz e famoso mestre de luta. De qualquer forma, sua cuidadosa herança do estilo Louva-a-Deus se dividiu na dinastia Ch’ing quando quatro discípulos, cada um desejando fazer inovações e se desligaram da escola fundadora. O Mestre Louva-a-Deus disse então que seus desejos poderiam ser satisfeitos com uma condição, que cada discípulo nomeasse seu sistema individualmente, de acordo com as marcas das costas de um Louva-a-Deus capturado por cada um.
Um tinha a aparência do símbolo Yin-Yang (Tai T’si), outro parecia com uma flor de ameixa (Mei Hua) e no outro um conjunto de marcas que tinham a aparência de sete estrelas (Tsi T’sing) .
Houve um Louva-a-Deus que não tinha marca aparente. Este estilo ficou conhecido como estilo despido (estilo sem marca - Kwong P’an). Na proxima postagem colocarei mais.
Tigre
O Tigre Hong envolvia a mistura do Tigre e do Dragão Branco. Era usado pela guarda do palácio, especialmente contra armas. O Tigre S´shu se utiliza de armas. Tigre Imperial é uma moderna adaptação do Tigre Hong. As técnicas neste nível, são sofisticadas. O Macaco, é colocado nesta faixa devido ao seu uso livre de evasivas. Técnicas avançadas de golpes e uso extremo da força bruta. Tigre Branco é altamente sofisticado, tido como proíbido, é similar ao Tigre da Neve.
Movimentos
Os movimentos são formados para desenvolver os ossos, tendões e músculos. As execuções destes movimentos eram opostas ao movimento do Dragão, desde que a ênfase era colocada na tensão dinâmica. Os movimentos são curtos, performáticos e forçados.
ESTILO DA SERPENTE DIVINA
Após a morte do Monge Hsu estas técnicas foram aprimoradas e em homenagem ao Monge, o estilo foi batizado de Shen She Chuen, que significa "Punho da Serpente Divina", uma vez que o Ideograma "Shen" para os chineses significa Deus. Consiste em defesa e trabalha movimentos ofensivos com apunhalar e movimentos de espada cortantes. Há foco na velocidade dos giros e movimentos de corpo contínuos. O estilo Shen She Chuen é executado com as mãos
esculpindo a cabeça de uma serpente em uma mistura de "duro" e "suave". Contando com movimentos lentos e suaves, o adversário pode surpreender-se com sua flexibilidade, velocidade e força, desde que bem concentrado chi (Energia Interior).Seu objetivo nos ataques é a busca dos pontos vitais como olhos, garganta, plexos, vão entre as côxas e abdômem. O estilo chegou ao Brasil em 1980 sob supervisão do Mestre Hu Chao Tien, discipulo e filho do Mestre Hu Shi Wen. Hoje o estilo tem a supervisão do Mestre Dani Hu (Hu Chao Hsil), filho do Mestre Hu Chao Tien. "O Punho da Serpente" possui seis fases afim de desenvolver os cinco conceitos do estilo, que são: - Velocidade: atacar com batidas rápidas e inesperadas, usando passos rápidos, ágeis e leves; - Envolvimento: a curta distância, envolver os membros do oponente confundindo suas posturas e usando-as a seu favor. Quando a longa distância, aguardar a abertura de uma postura adequadamente contida; - Surpresa: atacar em diferentes ângulos continuamente; - Saltos: para trás ou para os lados, evitando ataques desnecessários e não comprometendo os membros principais para locomoção e equilíbrio; - Fuga: quebrando o contato e escapando quando o golpe não obtiver a penetração adequada; É representado no Brasil por Dani Hu que começou a praticar o estilo com seis anos de idade em Macao, um porto territorio português no Mar da China.
SOBRE O ESTILO DO MACACO
A história de Ta Sheng Homens, ou Kung Fu de Macaco começa próximo ao fim da Dinastia Ching (1644-1911), quando um lutador do norte da China, Kou Sze estava preso por matar um aldeão. O castigo para esse crime era morte ou prisão perpétua. Para salvar Kou Sze de qualquer penalidade um amigo íntimo e influente conseguiu subornar o juiz para reduzir a pena de Kou Sze a oito anos de prisão. Para Kou Sze, a prisão se tornou uma bênção.
A prisão ficava situada em uma floresta nos arredores de cidade. Por um estranho destino a janela da cela dava de frente para um bosque de árvores altas que abrigaram
macacos tagarelando brincando e balançando de árvore em árvore.
Fascinado pelas artimanhas brincalhonas dos macacos entre a árvore, Kou Sze gastou horas os observando todos os dias no hábitat natural deles. Ele cuidadosamente estudou o comportamento deles em situações diferentes, e depois de longos anos era capaz de distinguir as características diferentes dos macacos.
Depois de categorizar cada macaco por sua habilidade e técnicas, Kou Sze percebeu que estas ações eram compatíveis com o Tei Tong , um Kung Fu que ele tinha aprendido de infância. Kou Sze decidiu combinar então este o Tei Tong com os movimentos de macaco.
O fim do termo de prisão dele marcou o verdadeiro começo da arte de Ta Sheng (o Grande Salva). Kou Sze nomeou este macaco especial que luta em honra de Sol Wu Kung, o Rei de Macaco legendário na Viagem de folclore "chinesa para o Oeste ". Kou Sze fundou a arte de Ta Sheng em vários princípios de manobras que incluem agilidade, agarrar, cair e saltar.
Através do estudo cuidadoso dos hábitos do macaco Kou Sze pôde destiguir as reações dos macacos e os categoriza-los em cinco personalidades diferentes, criando as cinco formas do macaco:
O Macaco alto
O Macaco de madeira
O Macaco Perdido
O Macaco de Pedra
O Macaco Bêbedo
Esse estilo foi passado de geração em geração até que o Mestre Chat de Cho Ling decidiu passar no inteiro Arte de Pekkwar e todas as cinco formas do macaco e ensinou a Paulie Zink que passou ao seu amigo intimo Mestre Michael Matsuda.
Um grande mestre tambem que conheceu esta arte do Macaco foi Wang Lang, criador do sistema Louva-a-Deus, que aproveitou algumas características do macaco para aperfeiçoar o seu estilo.
Postarei mais,na proxima vez.
muito bom
ResponderExcluirmto bommmm
ResponderExcluirKunf Fu é fascinanete! Sou praticante do estilo Louva Deus.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo.
Ara
@maoslindas
muito bom parabens
ResponderExcluirquero ser estilo serpente divina
ResponderExcluirQueria saber mais sobre o Estilo Tigre. Isto foi o máximo de informação que pude encontrar na internet...
ResponderExcluirVery nice
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